terça-feira, 18 de maio de 2010

Divulgado estudo sobre relação entre uso do telemóvel e cancro cerebral







Um novo estudo publicado esta semana revela que 10% das pessoas que usa frequentemente o telemóvel corre maior risco de desenvolver tumores cerebrais

É uma das questões mais controversas na medicina oncológica: poderá o uso do telemóvel causar cancro cerebral? A indústria das telecomunicações continua a defender que a alegada ligação entre a radioactividade dos telemóveis e cancro se baseia em estudos inconclusivos. No entanto, uma larga maioria dos cientistas continuam cépticos quanto a esta questão e consideram que os consumidores se devem preocupar.

Um novo estudo divulgado esta semana e há muito aguardado veio apontar novas pistas. O Interphone, uma investigação internacional de 24 milhões de dólares que estudou a relação entre o uso do telemóvel e o cancro cerebral, apresentou finalmente as suas conclusões. Segundo a revista Time , os cientistas que avaliaram cerca de 12 mil participantes - dos quais 7,400 desenvolveram cancro - pretendiam colocar um ponto final no debate. Mas infelizmente, o estudo mostrou-se tudo menos conclusivo.

O estudo, que será publicado na íntegra esta semana no International Journal of Epidemiology, descobriu que, genericamente, não existe nenhuma ligação clara entre a utilização do telemóvel e cancro cerebral. "O Interphone não estabelece um risco mais elevado de cancro cerebral para os consumidores", anunciou o Dr. Christopher Wild, director da International Agency for Research on Cancer, que colaborou na coordenação da investigação.

Numa análise mais minuciosa, o estudo revela que 10% das pessoas que usa frequentemente o telemóvel - mais de 30 minutos por dia - corre maior risco de desenvolver várias formas de tumores cerebrais. Por outro lado, pessoas que utilizam apenas esporadicamente o telemóvel têm menos risco de contrair cancro cerebral do que aquelas que apenas utilizam o telefone fixo, como se a utilização dos móveis em pequenas doses servisse de protecção contra o cancro.

A indústria já se apressou em contestar as conclusões preliminares. Segundo um comunicado da GSM Associatio, que reune centenas d efabricantes e operadoras móveis, este estudo não acrescenta nada aos outros que não estabelecem qualquer risco para a saúde pelo uso destes equipamentos.

Uma coisa é certa. "Futuras investigações sobre o uso do telemóvel e cancro cerebral são necessárias", como afirmou Christopher Wild. Este é um dos poucos pontos em que a indústria das telecomunicações e cientistas estão de acordo.


Fonte: jornal expresso

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